UMBANDA
História
A Umbanda
tem origens variadas — dependendo da vertente que a pratica —, suas raízes são
difusas. Segundo umbandistas, ela foi criada em 1908
pelo Médium Zélio Fernandino de
Moraes, sob a influência do Caboclo das
Sete Encruzilhadas,[2] porém, antes disso, já haviam indícios
da presença de guias espirituais na história brasileira — por exemplo: na época
das senzalas, os negros escravos costumavam incorporar o que hoje chamamos de
Pretos-Velhos, que para eles, eram antigos escravos que, ao darem-se
incorporados, compartilhavam conselhos e consolo aos atuais escravos —, assim
como religiões ou simples manifestações religiosas espontâneas cujos rituais
envolviam incorporações e o louvor aos orixás. Entretanto, foi através de Zélio
que organizou-se uma religião com rituais e contornos bem definidos à qual
deu-se o nome de umbanda.
Nesta
época não havia liberdade religiosa. Todas as religiões que apontavam
semelhanças com rituais africanos eram perseguidas, os terreiros destruídos e
os praticantes presos. Entre os inúmeros episódios desse tipo, destacou-se, por
exemplo, o da chamada "Quebra de
Xangô, em Maceió, no estado de Alagoas, a 2 de fevereiro de 1912.[3] Em uma ação organizada pela Liga dos Republicanos Combatentes, os mais
importantes terreiros de Xangô foram
destruídos na capital alagoana, tendo pais de santo e religiosos sido
espancados e imagens de culto destruídas. A ação teve como um de seus líderes o
ex-governador Fernandes Lima, e
visou atingir o então governador Euclides Malta, conhecido por sua amizade com
líderes de religiões afro-brasileiras.
A partir
dai, muitas tendas cujos rituais não seguiam o recomendado pelo fundador da
religião, passaram a dizer-se espíritas, de forma a fugir da perseguição
policial. Foi aí que a religião começou a perder seus contornos bem definidos e
a misturar-se com outros tipos de manifestações religiosas. De tal forma que
hoje a umbanda genuína é praticada em pouquíssimas casas.[5]
Hoje,
existem diversas ramificações onde podemos encontrar influências que utilizam a
palavra umbanda, como as indígenas (Umbanda de Caboclo), as africanas (Umbandomblé,
Umbanda traçada), mais voltadas ao candomblé (Almas e
angola) e diversas outras de cunho esotérico (Umbanda Esotérica,
Umbanda Iniciática). Existe também a "Umbanda popular", onde
encontraremos um pouco de cada coisa ou um cadinho de cada ancestralidade, onde
o sincretismo (associação de santos católicos aos orixás africanos) é muito comum.
Fundamentos
Os
fundamentos da umbanda variam conforme a vertente que a pratique.
Existem
alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim
podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de
umbanda. São eles:
- A existência de uma fonte
criadora universal, um Deus supremo, chamado Zambi. Algumas das entidades,
quando incorporadas, podem nomeá-lo de outra forma, como por exemplo Tupã
para caboclos, entre outros, mas são todos o mesmo Deus;
- A obediência aos
ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade
e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas
as manifestações existentes;
- O culto aos orixás como
manifestações divinas em que cada orixá controla e se confunde com um
elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em
suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;
- A manifestação dos Guias
para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou
"aparelhos", também chamados de "cavalos";
- O mediunismo como forma de
contato entre o mundo físico e o espiritual, manifestado de diferentes
formas;
- Uma doutrina, uma regra, uma
conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e
diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;
- A crença na imortalidade da
alma;
- A crença na reencarnação e
nas leis cármicas;
Um Deus único e superior
Deus, em
sua benevolência e em sua força emana de si e através dos orixás e dos guias
(espíritos desencarnados) seu amor, auxiliando os homens em sua caminhada para
a elevação espiritual e intelectual.
Orixás
Orisha é uma palavra yoruba para designar um ser sobre-humano, ou um deus.[6]. Sobre os orixás, são consideradas duas vertentes
distintas: monoteísta e politeísta. Na monoteísta, os orixás são manifestações do Grande Deus Olorum,
criador de tudo. Todo o universo surge de Olorum através das radiações que são
individualizadas e personificadas em orixás. Essas radiações são personificadas
de formas diferentes nos diversos terreiros - depende da influência histórica
que cada um sofreu. A radiação vibração da água, por exemplo, pode ser
subdividida em Oxum: água doce, Nanã: pântano e Iemanjá: mares. Ocorre
semelhante com Ossain e Oxóssi no caso da irradiação do reino vegetal. Na
politeísta, cada orixá é considerado um deus que se manifesta
através dos elementos da natureza.
Muitos
escritores da umbanda relacionam as Sete Linhas aos Orixás, outros preferem
relacionar as Sete Linhas com as vibrações e não diretamente a orixás, já que
eles são mais de sete.
Quando
começou o tráfico de escravos, muitos negros de tribos diferentes foram
vendidos juntamente, desta maneira os diversas orixás de tribos distantes se
encontraram em terras brasileiras e formaram o grande panteão do Candomblé.
Notadamente a nação que mais influenciou foi a Iorubá.
Nesta
visão ainda própria dos ritos tribais, o orixá era um ancestral que todos
tinham em comum. Geralmente era considerado como o próprio fundador da tribo e
deixava grande influência por suas características incomuns de liderança,
poderes espirituais e grande habilidade de caça. A tribo tinha no orixá um
símbolo da união, pois todos eram filhos diretamente desse grande ancestral;
com isso surge o termo Orixá histórico - realmente um rei, rainha, feiticeiro,
guerreiro que existiu.
No
nascimento do Candomblé, os homens passaram a ser filhos espirituais dos
orixás, pois a relação de ancestralidade que existia na tribo não se confirmava
mais na nova realidade da América. A partir da umbanda se configura a uma nova
visão: o Orixá Cósmico. O orixá, pela cosmogonia umbandista, nunca viveu na
terra, ele é muito mais que o espírito desencarnado de um homem; Toda criação é
o resultado do trabalho harmônico dos orixás, espíritos elevadíssimos,
verdadeiros arquitetos e mantenedores da criação.
Sincretismo
A umbanda
é uma junção de elementos africanos (orixás e culto aos antepassados),
indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Catolicismo (o
europeu, que trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos
Negros Africanos), Espiritismo(fundamentos espíritas,
reencarnação, lei do karma, progresso espiritual etc).
A umbanda
prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus.
Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em
decorrência de suas raízes, a umbanda tem um caráter eminentemente pluralista,
compreende a diversidade e valoriza as diferenças. Não há dogmas ou liturgia
universalmente adotadas entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade
de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto.
A máxima
dentro da umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor,
humildade, caridade e fé".
Mantém-se
na umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos, assim
como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois
antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro
sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido
e combatido.
Há
discordância sobre as cores votivas de cada orixá conforme o local do Brasil e
a tradição seguida por seus seguidores. Da mesma forma quanto ao Santo
sincretizado a cada orixá.
Alguns
exemplos:
O culto umbandista
A umbanda
tem como lugar religioso o Templo, Centro, Tenda e dificilmente chamado de
terreiro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização do
culto aos orixás e dos seus guias, que na umbanda se denominam giras, sessões
ou cultos.
O chefe
do culto no Centro é o pai ou mãe de santo. São os médiuns mais experientes e
com maior conhecimento, normalmente fundadores do templo. São quem coordenam as
giras e que irão incorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a
materialidade durante os trabalhos.
Como uma
religião espiritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnados se
faz por meio dos médiuns.
Na
umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidade.
Normalmente
há os médiuns de incorporação, que irão "emprestar" seus corpos para
os guias.
Há também
os Ogãs, que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via dos
atabaques, criando um campo energético favorável à atração de determinados
espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira.
Há os
Corimbas/Cambonos, que são os que comandam os cânticos e as Cambonas que são
encarregadas de atender as entidades, provisionando todo o material necessário
para a realização dos trabalhos.
Embora
caiba ao sacerdote ou à sacerdotisa responsável o comando vibratório do rito,
grande importância é dada à cooperação, ao trabalho coletivo de toda a corrente
mediúnica.
As sessões de Umbanda
O culto
nos terreiros é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta, e essas,
são subdivididas em giras.
Nas
sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclos…
As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para
suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais diversos.
As
ocorrências mais comuns nessas sessões são o "passe" e o descarrego.
No passe, a entidade reorganiza o campo energético
astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que
nela possa estar.
O
descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia
negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do
terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade
faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o
espírito obsediador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar
mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada.
Nesses casos pode ser necessária a presença de um ou mais Exus (um gênero de espírito desencarnado) para
auxiliar a desobsessão.
Nos dias
de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimento há as
giras mediúnicas, que são fechadas à assistência, onde os sacerdotes educam e
ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.
Médiuns
Médium é toda pessoa que, segundo a
Doutrina Espírita, tem a capacidade de se comunicar com entidades desencarnadas
ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela
audiência (ouvir) ou pela psicografia (escrever movido pela influência de
espíritos).
A umbanda
crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de guias ou
entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do
estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e
espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da umbanda, respeitar os guias
e orixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu
coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a umbanda é uma prática
que deve ser vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro.
Uma das
regras básicas da umbanda é que a mediunidade não deve ser vista ou vivenciada
vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, mas sim como um
compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para resgate kármico e expiação
de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser
encarada como um fardo ou como uma forma de ganhar dinheiro, mas como uma
oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.
Existem
médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado e se
envaidecem, agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua
vida como sendo um mensageiro de Deus, dos orixás e guias. Ter um comportamento
moral e profissional dignos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do
contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados
que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estejam
na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um
processo que deve ser encarado de forma séria e regido através de um profundo
estudo da religião, e seguido por conceitos morais e éticos. Ser orientado e
iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial.
As
pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério sua missão, ter muito amor e
dar valor ao que fazem, tendo sempre boa-vontade nos trabalhos de seu terreiro
e na vida diária.
O médium
deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus
orixás e guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa,
conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma
dúvida, problema espiritual ou material.
Sobre o
estudo da mediunidade e do médium, pode-se utilizar como fonte para estudos a
relação que existe abaixo, no item "Literatura Umbandista".
Uma
grande parte dos centros ainda utilizam as obras Espíritas (codificadas por
Allan Kardec), mas a partir do final da década de 90, houve uma proliferação de
doutrinas e literaturas sobre várias formas de Umbanda. Embora ainda não exista
uma visão holística sobre a Umbanda como um grande conjunto religioso, uma
pequena quantidade de autores já assume essa posição, enquanto uma outra parte
ainda se reporta ao que faz, em um nível particular, como sendo a doutrina de
Umbanda como um todo.
As Listas
de Discussão na internet, as comunidades do Orkut, FaceBook e outros, assim
como Fóruns e Blogs também vêm contribuindo para uma divulgação mais coesa da
diversidade e da pluralidade existentes na Umbanda, que não é uma propriedade
dessa ou daquela vertente, mas um todo que, aos poucos, vai sendo entendido e
visualizado como tal.
Em termos
de literatura Umbandista, podemos verificar sua existência a partir da década de 1930 do séc. XX.
As Linhas da Umbanda Sagrada
Do Romper
da Aurora ao pôr do sol ( Orixás e Cores)
Oxalá -
Branco
Yansã -
Amarelo
Ibejadas/Cosme
e Damião - Rosa
Iemanjá -
Azul Claro
Oxum -
Azul escuro
Oxossí -
Verde
Ogum -
Vermelho
Xangô -
Marrom
Nanã -
Roxo
Obaluaê -
Preto ou Branco
Do nascer
da vida ao seu fim. Essa é a linha que segue como a original. De acordo com a Federação
Umbandista.
Polêmicas dentro das "umbandas"
Sacrifício ritual de animais
A Umbanda
não recorre aos sacrifícios de animais para assentamentos vibratórios dos
Orixás e nem realiza ritos de iniciação para fortalecer o tônus mediúnico com
sangue. Não tem nessa prática legítima de outros cultos, um dos seus recursos
de oferta às divindades. A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda -
assim como em outras religiões. Suas oferendas se diferenciam das demais por
serem isentas de sacrifícios de animais pelo fato de preconizarem o amor
universal e, acima de tudo, o exercício da caridade como reverência e troca
energética junto aos Orixás e aos seus enviados, os guias espirituais. É
incompatível ceifar uma vida e fazer a caridade, que é a essência do praticar
amoroso que norteia a Umbanda do Espaço. Toda oferenda deve ser um mecanismo
estimulador do respeito e união religiosa com o Divino, daí com os espíritos da
natureza e dos animais - almas grupo-, que um dia encarnarão no ciclo hominal,
assim como já fostes animal encarnado em outras épocas.
Uso de bebidas alcoólicas e Fumo
Também
encontramos templos dos seguintes tipos:
- Os que não fazem o uso
destas bebidas e fumos pelo fato dos espíritos que trabalham neste já
estarem mais evoluídos intelectualmente e moralmente, não necessitando
mais manipular estes elementos;
- Os que elas bebem e fumam
durante os trabalhos (tanto os que fazem o uso correto deste elemento,
como os que abusam);
- Os que usam bebida e fumo em
situações mais veladas (existindo um certo rigor quanto as suas utilizações,
buscando coibir abusos de médiuns).
Toda essa
controvérsia é gerada pelo uso que as pessoas fazem das bebidas alcoólicas na
vida diária, muitas vezes caindo no vício do alcoolismo, trazendo consequências
graves para sua vida material e espiritual.
Ocorre
que médiuns predispostos ao vício podem, ao invés de atraírem espíritos de luz,
afinizarem-se com espíritos de viciados que já morreram - esses espíritos serão
obsessores dessa pessoa, uma vez que ela satisfaz seus desejos materialistas.
Note-se que o álcool e o fumo são elementos usados na magia para trabalhos para
o bem; abusos nunca são tolerados e exibicionismo não são sinais de
incorporações de luz.
Existem
casas que, por ordem do mentor espiritual, nunca usaram ou deixaram de utilizar
o fumo, assim como a bebida alcoólica, sem que por isso, tivessem qualquer
problema com as entidades que, por ventura, utilizavam esses elementos. Afinal,
os espíritos podem se adaptar e mudar a forma de trabalhar de acordo com o
fundamento de cada instituição.
É
importante ressaltar, ainda, que quanto menos o espírito utilizar materiais
terrenos melhor.
Eles
podem trabalhar com elementos bastante etéreos
e tão eficazes quanto os fluidos do próprio médium.
Quimbanda (Exus e Pomba-Giras)
“Os exus
não trabalham no desenvolvimento dos rituais de Umbanda!”
Os exus comparecem aos templos de Umbanda apenas na função de guardião da porta
dos templos ao lado dos guerreiros de Ogum e demais entidades superiores da
Umbanda. Sob a supervisão de nossos Guias, podem nos ajudar a desmanchar
feitiços e nesses casos são aliados de valor. Fora dessa condição, são seres
muito mistificados por espíritos inferiores altamente malignos (quiumbas e
rabos de encruza). Os exus não possuem autorização para atender freqüentadores
em templos de Umbanda a função deles em nossos templos é outra e quando um
templo utiliza exus no atendimento de seus freqüentadores, esse templo
dificilmente é de Umbanda, portanto, existe a necessidade de muita cautela ao
frequentar templos que procedem dessa forma. Normalmente são templos de
Quimbanda mascarados como de Umbanda, ou então, são templos que misturam o
ritual de Umbanda com o Candomblé e para esses templos usa-se o termo
"Umbandomblé", para designar um templo que não é de Umbanda e também
não é Candomblé. A responsabilidade dessa conduta pertence ao dirigente de um
templo, que permitem o atendimento dos freqüentadores de sua casa com exus e
pomba gira. Para muitos deles os exús são considerados espiritos marginais do
astral e esse raciocinio é errado. Os exús não são o que é retratado pelas
imagens vendidas no mercado, com chifres, tridentes, crânios, etc. E também não
estão a disposição dos homens para ajuda-los em pedidos de baixa moralidade
como é comum vermos na atualidade. Os exus, embora não pertençam ao
desenvolvimento dos rituais de Umbanda, são evocados pelo plano espiritual
superior para nos ajudar a desmanchar trabalhos de baixa magia, por serem
exímios conhecedores dessas práticas. Os exus também são evocados por nossos
Guias espirituais. Essa prática, no entanto, só ocorre raramente, a portas
fechadas e sem atendimento ao público. Normalmente, o objetivo da evocação é a
descarga pesada do templo e de nossos médiuns. Fora dessa prática, trabalhar
com exus é praticamente falhar como médium de Umbanda. Se for permitido o
atendimento aos freqüentadores de um templo por aqueles que dizem exus, entre
eles estarão (sempre) os espíritos mistificadores conhecidos como quiumbas e
rabos de encruza, que uma vez atraidos tentarão sempre desvirtuar trabalhos e
enganar as pessoas. Com exus não se brinca e a eles não se pedem favores. Não
há necessidade disso. Nossos Guias e Protetores possuem as forças necessárias
para nos ajudar.
Paramentos
Umbanda
quer dizer luz divina ou ainda conjunto das leis divinas, pois essa palavra
significa a própria lei atuante na manifestações do universo. A umbanda crê num
ser supremo, o Deus único criador de todas as religiões monoteístas. A umbanda
se rege pela Lei de Justiça Universal que determina a cada um colher o fruto de
suas ações e que é conhecida como Lei do Carma. A umbanda possui uma identidade
própria, e não se confunde com confunde com outras religiões ou cultos, embora
a todos respeite fraternalmente, partilhando alguns princípios com muitos
deles.
Na umbanda,
os médiuns usam normalmente como paramentos apenas roupas brancas, podendo
estar os pés descalços, representando a simplicidade e a humildade.
Mas há
umbandas que também utilizam roupas com as cores de cada linha. Por exemplo, em
giras de Ogum se utiliza camisas ou batas vermelhas e calças e saias brancas.
Pode
ocorrer, por exemplo, que uma entidade de Preta-velha solicite uma saia ou um
lenço para amarrar os cabelos; isso visa a proporcionar que o médium se pareça
mais com a entidade que está incorporando.
Também há
os apetrechos dos guias. Por exemplo, os Caboclos costumam utilizar cocares,
alguns utilizam machadinhas de pedra, chocalhos, etc.
Uma outra
visão sobre os paramentos e apetrechos materiais utilizados pelos médiuns é de
que são usados pelos espíritos como condensadores de energia: um modo de concentrar
a energia e depois enviá-la, se positiva, ou dissipá-la no elemento apropriado,
quando negativa.
Nas giras
de esquerda (quimbanda) as roupas são pretas, sendo que as filhas de santo
podem se vestir de vermelho e preto.